quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Inês de Castro - A rainha morta IV VINGANÇA (História Viva)

De volta, Pedro ficou louco de dor e, movido pela raiva, levantou um exército contra seu pai. O rei revidou. O confronto só terminou com a intervenção da rainha-mãe, dona Beatriz, que propôs e conseguiu que ambos aderissem a um tratado de paz em agosto de 1355. Mesmo assim, o príncipe parecia inconsolável.
Dois anos mais tarde, em 1357, d. Afonso IV morreu. Pedro subiu ao trono de Portugal e seu primeiro ato foi mandar procurar os assassinos de Inês de Castro, refugiados em Castela. Conseguiu que aquele reino lhe entregasse dois culpados, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves. Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir. O novo rei escolheu uma morte particularmente cruel para os homens que destruíram seu objeto de amor. Mandou que lhes arrancassem o coração: de um, pelo peito, e do outro, pelas costas.
A paixão de Pedro e a reparação do mal feito à amante tornaram-se obsessões do agora soberano. Em 1360, ele jurou que havia se casado em segredo com Inês de Castro, o que fazia dela rainha, merecedora de todas as honras. Em abril de 1360, o corpo de Inês foi transferido solenemente do convento de Coimbra para o mosteiro Real de Alcobaça, onde eram enterrados os monarcas portugueses.
Eis um depoimento da época: “Dom Pedro mandou que fizessem para ela um mausoléu de pedra branca, inteira e sutilmente trabalhado, representando, sobre a tampa, sua cabeça coroada como se ela houvesse sido rainha; e foi esse mausoléu que ele mandou colocar em Alcobaça [...]. O corpo viajou em um ótimo cortejo para a época, desses em que há grandes cavalos montados por grandes cavaleiros, damas e donzelas e muita gente do clero; e ao longo do caminho havia mais de mil homens com círios nas mãos, dispostos de maneira que seu corpo seguiu durante todo o caminho entre as velas acesas”.

Nenhum comentário: