A Igreja de São Vicente de Fora, também referida como Mosteiro de São Vicente de Fora, localiza-se no bairro histórico de Alfama na cidade e Distrito de Lisboa, em Portugal. Remonta a uma igreja, principiada em 1582 no local onde D. Afonso Henriques havia mandado construir um primitivo templo também sob a invocação de São Vicente. Esse santo foi proclamado padroeiro de Lisboa em 1173, quando as suas relíquias foram transferidas do Algarve para uma igreja fora das muralhas da cidade.
Concluída em 1627, a sua traça é de autoria do arquiteto Filippo Terzi. A 4 de Dezembro de 1720, João Frederico Ludovice foi nomeado como "Mestre Arquitecto das Obras do Real Mosteiro de São Vicente de Fora", sucedendo ao arquitecto Luís Nunes Tinoco: É de autoria deste profissional o imponente altar barroco, encomendado por João V de Portugal, que ocupa o centro da Capela-mor. Colocado sob o baldaquino, assenta em quatro potentes colunas. Sobre altos plintos destacam-se oito imagens monumentais, de madeira pintada de branco, ao gosto italianizante da Escola de Mafra Ludoviciana, representando São Vicente de Fora e São Sebastião, tendo sido executadas por Manuel Vieira, a quem se devem ainda as belas esculturas de anjos, colocadas sobre as portas de acesso ao côro dos cónegos. Apresenta planta retangular com uma fachada de tipo italiano, sóbria e simétrica, com uma torre de cada lado e as estátuas dos santos Agostinho, Sebastião e Vicente sobre a entrada.
No interior, destacam-se:
§ um baldaquino em estilo barroco de autoria de Machado de Castro, por cima do altar, flanqueado por estátuas de madeira em tamanho natural.
§ um órgão ibérico construído em 1765 pelo organeiro João Fontanes de Maqueixa e restaurado em 1994 pelos franceses Claude e Christine Rainolter. Trata-se de um dos melhores e maiores exemplares da organaria portuguesa do século XVIII.
O antigo mosteiro agostiniano adjacente, com acesso pela nave, conserva a sua cisterna do século XVI e vestígios do antigo claustro. Destaca-se ainda pelos seus paineis de azulejos do século XVIII: à entrada, junto ao primeiro claustro, estão representadas cenas do ataques de D. Afonso Henriques a Lisboa e Santarém. Em volta dos claustros, painéis de azulejos com cenas rurais, rodeados por desenhos florais e querubins, ilustram as fábulas de La Fontaine. Das dependências da igreja está localizado o Panteão dos Braganças. Nesta Igreja teria estudado Santo Antonio antes de sua transferência para o Norte, e posteriormente ali teria funcionado um dos primeiros Liceus de Lisboa criados em 1836, por Passos Manoel.
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