O compromisso da Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil”, em sua publicação trimestral, tem sido o de promover e ampliar o canal de diálogos e debates no campo da história da educação, reunindo contribuições de pesquisadoras e pesquisadores de diferentes universidades e regiões do Brasil, como também de outros países.
Nesta edição, organizada pelo Grupo de trabalho/ GT da Paraíba/PB que integra pesquisadores dos programas de pós-graduação em história e em educação da Universidade Federal da Paraíba/ UFPB e da Universidade Federal de Campina Grande/ UFCG, trazemos à baila um conjunto de textos selecionados (artigos, ensaios, documentos, resenhas e resumos) com instigantes reflexões de pesquisas que procuram analisar, em diferentes temporalidades, o modo como se constituiu a educação, bem como, os desafios teórico-metodológicos para compreendê-la. Após a análise do material enviado, optamos pela publicação, dos artigos, num primeiro momento, respeitando a orientação editorial da revista. O texto Percepción del cambio intitucional en la universidad pública, de Jorge Ernesto Quintero Félix, Víctor Antonio Corrales Burgueño, Gloria Aréchiga Sánchez e Marcela Rebeca Contreras Loera, principia a publicação abordando a percepção dos acadêmicos sobre a transformação que vivenciam em suas instituições, tendo como objeto de estudo a Universidade Autônoma de Sinaloa, no México.
Os artigos Dos indícios à constituição da pesquisa em história da educação no PPGE/UFPB de Maria Lúcia da Silva Nunes, Charliton José dos Santos Machado e Melânia Mendonça Rodrigues e As fontes da escola e a pesquisa em história da educação: contribuições do acervo do Colégio Estadual do Paraná para o campo das disciplinas escolares, de Serlei M. Fischer Ranzi e Nadia G. Gonçalves se propõem, respectivamente, a apresentar um panorama inicial da pesquisa em história da educação na Paraíba através da produção acadêmica do programa de pós-graduação em educação/ PPGE da Universidade Federal da Paraíba/ UFPB; as fontes da escola e a realização de pesquisas a partir do acervo do Colégio Estadual do Paraná possibilitam adentrar no universo das pesquisas com fontes primárias e secundárias e as criações de narrativas a partir desse exercício entre o debate teórico-metodológico e o levantamento e catalogação de fontes em história da educação.
Considerando as diversas temporalidades possíveis de análises, os demais artigos foram organizados numa cronologia que parte do tempo presente e caminha para o passado da nossa educação brasileira.
Os textos Ensino superior e política educacional: a expansão do ensino superior no sudoeste do estado do Paraná na década de 1990, de Leandro Turmena, Maria José Subtil e Adair Ângelo Dalarosa, tem por objetivo discutir a expansão do ensino superior na região Sudoeste do Paraná na década de 1990, bem como o artigo Mundialização do capital, reforma do Estado, pós-graduação e pesquisa no Brasil de João dos Reis Silva Júnior e Fabíola Bouth Grello Kato, busca compreender o processo de mercantilização da universidade estatal pública brasileira e do atual processo de produção de conhecimento a partir, em especial, da década de 1970.
Gestão democrática na rede municipal de ensino de Uberlândia (2001-2004): limites e possibilidades da democracia na escola pública, de Vilma Aparecida de Souza tem como objeto de investigação a experiência de implementação da gestão democrática que ocorreu na rede municipal de Uberlândia – MG, por meio da utilização das diretrizes do Programa Escola Cidadã.
Em A União dos Estudantes Patenses (UEP): ações e reações em Patos de Minas entre os anos de 1958 e 1971, Geenes Alves da Silva, relata sinteticamente o processo de constituição da União dos Estudantes Patenses (UEP) em Patos de Minas; enquanto José Carlos Rothen, em A universidade de elite ou para todos?, procura demonstrar que o Conselho Federal de Educação (CFE) – órgão colegiado vinculado ao Ministério da Educação e com poderes normativos – participou efetivamente da elaboração da legislação da Reforma Universitária de 1968.
Magda de Abreu Vicente, em Medidas higienistas adotadas no Patronato Agrícola visconde da Graça (1923-34)-Pelotas/RS, busca analisar as normas de higiene adotadas no Patronato Agrícola Visconde da Graça, no período de 1923 até 1934, na cidade de Pelotas-RS e entender o enquadramento das discussões dessas medidas em voga no Brasil, a partir das notícias vinculadas no jornal Diário Popular e das fichas dos alunos dessa Instituição. Crislane Barbosa de Azevedo, em Rodrigues Dória, Carlos Silveira e a reforma de implantação dos grupos escolares em Sergipe, investigou a Reforma de 1911, em Sergipe, responsável pela implantação dos grupos escolares no estado.
A instrução secundária particular no início da república pode ser analisada através do artigo de Giana Lange do Amaral, Colégio Gonzaga: pioneiro e difusor do ensino católico na cidade de Pelotas.
Irma Rizzini, nos presenteia com um artigo que tem a intenção de analisar as concepções e propostas do cônsul de Portugal no Recife, Domingos Maria Gonçalves, a respeito da educação dos índios aldeados pelo governo da Província de Pernambuco. Um Colégio para os índios de Urubá: o projeto do cônsul de Portugal para a Província de Pernambuco é apresentado através da obra Collegio dos Indios de Urubá de Agricultura, e Artes Industriaes, publicada em 1874.
Os autores Jean Carlo de Carvalho Costa, Amanda Galvíncio e Maíra Lewtchuk Espindola realizam uma análise acerca dos Intelectuais, história e pensamento brasileiro: escravidão, trabalho e educação no “América Latina – Males De Origem” de Manoel Bomfim a partir da intenção de compreender os processos formadores da nacionalidade brasileira, bem como a relação com a educação.
Maria do Socorro Nóbrega Queiroga, em O discurso do fracasso escolar na pedagogia crítica, trata dos discursos sobre fracasso escolar, no contexto mais amplo dos discursos sobre as crianças com trajetórias minoritárias na escola, atrelados às relações de poder traçando um percurso histórico dessa temática desde a segunda metade do século XIX até a contemporaneidade.
As análises acerca da instrução pública primária e secundária no império brasileiro estão presentes nos textos A instrução pública brasileira nos panfletos de Tavares Bastos (1861-1873), de Jose Eliana Souza e As primeiras letras e a instrução secundária na Província da Parahyba do Norte: ordenamentos e a construção da Nação (1836-1884), de Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, Cláudia Engler Cury e Mauricéia Ananias.
No texto A conversação como modo de distinção no império: Tesouro de meninos e Código de bom-tom nas escolas brasileiras, de Fabiana Sena, demonstra o que os leitores – crianças, mulheres, homens de diferentes idades da elite brasileira – liam no Oitocentos, a análise se volta para os livros de civilidade, cujo gênero foi um dos mais freqüentes que circulou no Brasil nessa época, com o intuito de introduzir regras de comportamentos sociais aos interessados a transitar em diversos espaços sociais que surgiam.
Os resumos de dissertações e teses; as resenhas e a apresentação de documentos complementam e finalizam a publicação.
Assim, podemos categoricamente afirmar que os trabalhos apresentados neste periódico, brindam-nos, de modo analítico-crítico, com os propósitos de provocar a criação e o diálogo, para uma reflexão mais densa sobre as questões que emergem históricamente no campo da educação.
A Comissão Editorial Local. GT/ PB.
Antonio Carlos Ferreira Pinheiro
Charliton José Machado
Cláudia Engler Cury
Maria Lúcia Nunes Silva
Mauricéia Ananias.
PERCEPCIÓN DEL CAMBIO INTITUCIONAL EN LA UNIVERSIDAD PÚBLICA
Jorge Ernesto Quintero Félix, Víctor Antonio Corrales Burgueño, Gloria Aréchiga Sánchez e Marcela Rebeca Contreras Loera
DOS INDÍCIOS À CONSTITUIÇÃO DA PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO PPGE/ UFPB
Maria Lúcia da Silva Nunes, Charliton José dos Santos Machado e Melânia Mendonça Rodrigues
Serlei M. Fischer Ranzi e Nádia G. Gonçalves
Leandro Turmena, Maria José Subtil e Adair Ângelo Dalarosa
MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL, REFORMA DO ESTADO, PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NO BRASIL
João dos Reis Silva Júnior e Fabíola Bouth Grello Kato
Vilma Aparecida de Souza
Geenes Alves da Silva
A UNIVERSIDADE DE ELITE OU PARA TODOS?
José Carlos Rothen
MEDIDAS HIGIENISTAS ADOTADAS NO PATRONATO AGRÍCOLA VISCONDE DA GRAÇA (1923-34)-PELOTAS/RS
Magda de Abreu Vicente
RODRIGUES DÓRIA, CARLOS SILVEIRA E A REFORMA DE IMPLANTAÇÃO DOS GRUPOS ESCOLARES EM SERGIPE
Crislane Barbosa de Azevedo
COLÉGIO GONZAGA: PIONEIRO E DIFUSOR DO ENSINO CATÓLICO NA CIDADE DE PELOTAS
Magda de Abreu Vicente e Giana Lange do Amaral
UM COLÉGIO PARA OS ÍNDIOS DE URUBÁ: O PROJETO DO CÔNSUL DE PORTUGAL PARA A PROVÍNCIA DE PERNAMBUCO
Irma Rizzini
Jean Carlo de Carvalho Costa, Amanda Galvíncio e Maíra Lewtchuk Espindola
O DISCURSO DO FRACASSO ESCOLAR NA PEDAGOGIA CRÍTICA
Maria do Socorro Nóbrega Queiroga
A INSTRUÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA NOS PANFLETOS DE TAVARES BASTOS (1861-1873)
Josefa Eliana Souza
Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, Cláudia Engler Cury e Mauricéia Ananias
Fabiana Sena
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