Caríssima Ana Beatriz tomo o título de seu post porque achei o tema instigante então vamos lá. Eu também fiquei muito assustado com o terrorismo feito com relação ás novas medidas da Capes no que tange aos programas de pós-graduação no país. Isso deixa mais claro a ausência de uma política mais coerente e mais consistente relacionada à pós-graduação, com a definição clara de fins e metas bem delineadas, evitando-se o isolamento do sistema avaliativo em relação ao contexto maior da política educacional do país. Este sistema carrega subjacente uma política educacional, sim, mas trata-se de uma política às vezes por demais atrelada ao mercado, esvaziando seu sentido qualitativo, reduzindo-se a critérios políticos muito acanhados. Outro ponto que devemos destacar é a complexa política de financiamento da pesquisa no país. A cada ano os recursos para o setor são menores no que tange ao custeio de bolsa, por exemplo. A pós-graduação no Brasil nasceu nos anos 1930 e na ultima década teve um grande oferecimento de novas vagas na área em todos os setores do conhecimento e diferentes modalidades de cursos (mestrados profissionalizantes, mestrados interinstitucionais, cursos de pós-graduação à distância, cursos fora da sede), embora a distribuição dos Programas pelas diversas regiões do país continue muito desequilibrada, com grande concentração no Sudeste. A produção no eixo sul-sudeste nos supera em todos os níveis com certeza, mas temos que rever algumas de nossas posturas por aqui também. E esta revisão tem que se dar, por exemplo, com relação a publicação. Um programa de pós-graduação tem que fazer mais do que apenas produzir e guardar. Temos que publicar as teses e trabalhos e é isso que as novas resoluções pedem. Apenas a título de exemplo a professora Ana Maria Galvão da UFMG esteve a tempo na UFPB e fez uma afirmação que me deixou mais assustado que o discurso de nossa diretora da pós. Ela nos relatou que ao fazer o balanço da produção da Revista de educação da qual fez parte
Bem caríssima esta é minha visão espero que possamos debater mais o assunto
3 comentários:
Já agora, caríssimos, permitam que eu meta a minha colher nesse angu!
Vou postar no meu blog algo a respeito da temática em debate.
Vamos fazer a roda girar!
Um abraço
Concordo plenamente com você, penso que é responsabilidade do programa (e dos professores) viabilizar as publicações. Este debate que está acontecendo hoje no PPGE já está atrasado. Aprofundando mais ainda a questão, a CAPES tocou na questão sutil, mas essencial, do papel dos discentes. Antes os alunos serviam apenas como mão-de-obra para os professores e se tivessem sorte teriam seus nomes inseridos nas publicações. Agora o movimento é inverso: o papel da produção discente é tão importante quanto o do professor. Penso que isso está enlouquecendo muita gente... Mais egocêntrico do que professor doutor, só mesmo na profissão de ator (rsrsrs). Nesta fogueira das vaidades, o trabalho colaborativo é o que realmente vai contar. Por outro lado, estão acontecendo algumas distorções. Conheço professores que estão obrigando seus orientandos a publicar trabalhos com o nome deles em co-autoria, sem sequer escrever uma linha! Eles nem aparecem nas apresentações dos trabalhos. Como estas mudanças vão afetar a produção acadêmica, só saberemos depois que estas medidas forem absorvidas pela Universidade. Sempre temos esperança de melhoria, mas é preciso ver para crer...
Beijos,
Fui na estação ciência, ou melhor Cabo Branco hoje. Dá uma olhada no post que eu escrevi sobre isso...
Beijos,
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