sábado, 11 de julho de 2009

Equipe apresenta projeto do Museu do Império ao governador


Mais um passo foi dado para a concretização de um antigo projeto: a implantação do Museu Império Cidade de João Pessoa. O arquiteto Pedro Mendes Rocha, a curadora Ana Helena Curti – que é autora do projeto da Casa da Língua Portuguesa, em São Paulo – e a historiadora Rosa Godoy foram recebidos ontem pelo governador José Maranhão, no Palácio da Redenção, para tratar dos detalhes de um dos mais importantes projetos que une história, sociologia, cotidiano e cultura no Estado.
Também participaram da reunião o secretário estadual da Educação e Cultura, Sales Gaudêncio; o subsecretário de Cultura, Flávio Tavares; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), Damião Ramos Cavalcanti, o presidente da Fundação Espaço Cultural (Funesc), Maurício Burity, e a secretária de Comunicação, jornalista Lena Guimarães.
O arquiteto Pedro Mendes Rocha e a curadora Ana Helena Curti apresentaram à equipe cultural do Estado os detalhes do projeto arquitetônico para adaptação e restauração do casarão que foi a residência do ex-presidente da Paraíba, João Pessoa, localizado na Praça da Independência, na Capital, e onde será instalado o Museu. O secretário da Educação e Cultura, Sales Gaudêncio, destacou que o projeto Museu da Cidade de João Pessoa é tratado como prioridade pelo Governo e sua implantação depende apenas de desfazer entraves burocráticos.
“A determinação do governador é que os trabalhos seja agilizados o mais rápido possível. Para isso, no entanto, é preciso desfazer alguns entraves burocráticos que foram estabelecidos na gestão anterior, como a mudança do escritório que cuidava do projeto inicialmente. Então, temos uma multiplicidade de projetos em andamento. Nesta reunião estamos estabelecendo a unificação desses projetos para que possamos avançar na liberação de recursos e início das obras. Estamos trabalhando unidos e com urgência, numa parceria inédita entre a Secretaria da Educação e Cultura, Casa Civil, Subsecretaria de Cultura, Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Suplan, Iphaep, Funesc e Secretaria de Comunicação”, disse.
Para o subsecretário de Cultura do Estado, Flávio Tavares, a instalação do Museu da Cidade de João Pessoa é imprescindível e trata-se de uma necessidade vital para o sistema de educação do Estado. “O museu vai retratar nas mais diversas formas possíveis, a formação antropológica do Estado da Paraíba, como também todo o período que mostra a herança portuguesa do Estado até os dias atuais, passando por eventos de grande impacto histórico como a Revolução de 1930”, ressalta.
O Museu do Império e da Cidade é um projeto cultural ambicioso que foi idealizado no Governo Marahão II. Segundo Flávio Tavares, deveria ter sido levado adiante na gestão de Cássio Cunha Lima (PSDB), mas a idéia não prosperou. "Quando me convidou para a Sub-Secretaria de Cultura, a primeira paixão manifestada pelo governador Maranhão foi por este museu", comentou.
Previsão de funcionamento no próximo ano.
Segundo o sub-secretário de Cultura da Paraíba, o museu é um projeto para estar concluido "num período de seis a oito meses". O casarão que foi habitado pelo ex-presidente João Pessoa será restaurado dentro dos padrões estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Mudeologia (Ibram), e o Ministério do Turismo, que financiarão o projeto.
A historiadora Rosa Godoy, que faz parte da equipe que trata da questão museológica, disse que a pesquisa já está completa e aguarda apenas a restauração do prédio. Ela destacou que o museu teve sua pesquisa realizada por eixos históricos: “Dividimos a pesquisa em vários eixos: o da vida econômica, vida social, vida cultural, vida política e os costumes da cidade de João Pessoa. Isso vai dar uma visão abrangente sobre a história e a vida política, cultural e social da cidade”, destaca.
O projeto original está orçado em R$ 2,6 milhões e deveria ter sido implantado em 2003. O Museu terá duas unidades: uma referente ao período do Império e Primeira República. Numa segunda etapa será estruturada a Unidade Colônia, que terá sede no prédio da Alfândega, no Porto do Capim, que faz parte do Centro Histórico de João Pessoa.
No caso do Museu da Cidade - Império e República, este deverá abrigar um importante acervo – documentos, esculturas, fotografias – que remeterá àqueles períodos históricos. Familiares do ex-presidente foram contactados para doação de documentos e objetos pessoais.
Numa primeira vistoria, percebeu-se que o sobrado apresentava um elevado grau de deterioração, bem como no seu entorno. Descobriu-se, também, que havia muito lixo no local, além de mobiliário abandonado.

Sobre o casarão da Praça da Independência

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque morou no sobrado localizado na Praça da Independência, no bairro de Tambiá, de 1929 até 26 de julho de 1930, quando foi assassinado por João Dantas, na Confeitaria Glória, em Recife. Para tanto, o imóvel, de número 92, foi alugado pelo Governo para que o então chefe de Estado residisse, enquanto o Palácio da Redenção passava por reformas, em 1929.
Depois da morte de João Pessoa, o palacete ficou fechado. Posteriormente, foi adquirido pela família Ribeiro Coutinho, proprietária do imóvel até 1980, ano em que foi vendido ao Estado. O sobrado foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba pelo Decreto nº 8.641, de 26 de agosto de 1980. A partir dali, passou a ser protegido pelo órgão.
O palacete foi construído em 1925, para ser residência do comerciante de algodão Tranquilino Monteiro. Por causa do declínio financeiro, ele alugou o sobrado ao Governo do Estado. De acordo com dados do Iphaep, o imóvel tem área de 2.800 metros quadrados, sendo que a área construída é de 450,80 metros quadrados. A frente e os fundos medem 70 metros, enquanto as laterais 70 metros.

Augusto Magalhaes - ASCOM/SEEC

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