terça-feira, 21 de abril de 2009

UFPB sedia exposição fotográfica “A Ditadura no Brasil”

A mostra, que faz parte da programação do seminário Direito à Verdade e à Justiça, fica aberta a visitação por 30 dias

A exposição fotográfica “A Ditadura no Brasil” será aberta logo mais às 17h no hall da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba, dando início à programação do seminário “Direito à Verdade e à Justiça”, promovido por alunos do Centro de Ciências Jurídicas da UFPB, que contará, ainda, com a realização de palestras, exibição de filmes e audiência pública.
A mostra, que já foi vista por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas de várias regiões do país, estará aberta por 30 dias.
Fazendo parte do Projeto “Direito à Memória e à Verdade – a ditadura no Brasil – 1964 – 1985”, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, essa exposição fotográfica já percorreu 35 cidades brasileiras entre Capitais e interior, além da Capital argentina, Bueno Aires. “Este ano vamos possibilitar a exposição no maior número de cidades possíveis”, revelou Vera Rotta, coordenadora do Projeto.
Segundo ela já estão confirmadas 10 novas cidades no circuito para este ano, “sendo que priorizaremos as Universidades porque desejamos ampliar ao máximo a discussão sobre esse período’, registrou.
“A Ditadura no Brasil” será aberta nesta segunda-feira e permanecerá durante 30 dias para visitação do público em geral no hall da Reitoria da UFPB. Concomitantemente está presente, também, no Centro de Defesa e Cultura Popular, em Natal (RN), na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP – (MG) e no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP).
Vera Rotta revelou que a maior carga emocional se deu por ocasião da presença da exposição nas dependências do extinto DOPS – Departamento de Ordem e Política Social – em São Paulo, cenário ímpar da ditadura em nosso país.
A coordenadora da exposição revelou que o objetivo maior é informar ao povo brasileiro sobre os acontecimentos do golpe militar de 1964. “Quando expusemos no Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, em janeiro último, pudemos verificar na reação dos jovens que grande parte das pessoas não sabiam da realidade dos acontecimentos ocorridos à época”, afirmou.
A exposição “A Ditadura no Brasil”, parceria da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República com a Fundação Luterana de Diaconia e a Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice), será brevemente disponibilizada em CD´s para distribuição em escolas públicas de todo o país.
Para tanto, um convênio recentemente firmado com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o MEC vai proporcionar a gravação de aproximadamente 20 mil CD´s, “o que ampliará significativamente o debate e, consequentemente, o conhecimento dos fatos ocorridos naquele período por mais pessoas do nosso Brasil”, finalizou Vera Rotta.

domingo, 19 de abril de 2009

Entrevista com o Prof. Antonio Carlos Ferreira Pinheiro sobre seu novo livro. “Um Roteiro Histórico Educacional na Cidade de João Pessoa



Obra, lançada pela Editora da UFPB, faz uma cartografia da arquitetura educacional na Capital paraibana

Uma visão da educação na capital paraibana a partir de imagens e pequenos textos a revelar uma infinidade de monumentos educacionais relativos a diversos momentos de nossa história social e cultural.

Este é “Um Roteiro Histórico Educacional na Cidade de João Pessoa”, livro de autoria do professor Antônio Carlos Ferreira Pinheiro, doutor em História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas, pesquisador e professor do Departamento de Metodologia da Educação (CE) da UFPB desde 1990. O livro será lançado nesta sexta-feira (17) às 20h na livraria Prefácio do Mag Shopping. Influenciado por Gramsci, Thompson e Hobsbawam, o professor Antônio Carlos concedeu a seguinte entrevista à Agência de Notícias da UFPB:

Agência UFPB: Quando e como surgiu a idéia de escrever um livro que revela momentos de nossa história social e cultural?

Antônio Carlos: A idéia foi tomando corpo na medida em que realizava os trabalhos de campo como os meus alunos de graduação em Pedagogia e em História. Até então tudo estava na minha cabeça e eram repassadas as informações oralmente.

Agência UFPB: Quais seriam os mais importantes monumentos educacionais da cidade de João Pessoa, e por que?

Antônio Carlos: Todos são muito importantes porque representam momentos distintos de nossa história educacional. Todavia considerei aqui a sua antiguidade, excluindo os conjuntos de Santo Antônio e São Bento, por já terem conquistado o status de monumentos de caráter prioritariamente religiosos. Assim, elenco monumentos como o prédio do antigo conjunto Jesuítico que abrigou durante cem anos o Lyceu Parahybano, onde hoje funciona a Faculdade de Direito; o prédio construído para o funcionamento do Externato Normal (1885), hoje abrigando a Biblioteca Pública do Estado; o primeiro grupo escolar da Paraíba, Dr. Thomás Mindelo, criado em 1916, abrigando hoje várias ONG´s; o prédio destinado para o funcionamento da Escola Normal, a partir de 1919, que atualmente abriga o Palácio da Justiça e a antiga Escola de Aprendizes e Artífices, localizada na rua das Trincheiras.

Agência UFPB: Como o Sr. estruturou sua obra?

Antônio Carlos: Escolhi três pontos específicos na cidade aonde se encontram, nas suas proximidades, um número maior de monumentos educacionais. O ponto de partida é em frente da Catedral Nossa Senhora das Neves; em seguida a Praça dos Três Poderes, e por fim o Parque Solon de Lucena.

Agência UFPB: Qual o comprometimento dos organismos educacionais oficiais na manutenção e divulgação desses monumentos educacionais de João Pessoa?

Antônio Carlos: Os organismos educacionais oficiais pouco têm se dedicado no sentido de proteger, cuidar e divulgar para a sociedade a importância cultural e social desses monumentos educacionais. Entretanto, acho que há muita gente preocupada com eles, mas que têm pouco poder de decisão sobre a alocação de recursos que venham a destinados para o seu tombamento, restauração e conservação. Os órgãos que “cuidam” desses monumentos recebem escassos apoio e recursos do poder estatal e também do setor privado para que possam desenvolver plenamente as suas atividades.

sábado, 18 de abril de 2009

Eventos: Agenda 2008

V SIMPOSIO TRABALHO E EDUCAÇÃO
Trabalho, Política e Formação Humana em Marx
26 a 28 de Agosto de 2009
UFMG
INSCRIÇÕES DE TRABALHO Ate 30 de Abril
SITEhttp://www.portal.fae.ufmg.br/simposionete/

V SIMPOSIO INTERNACIONAL UBERLANDIA INSCRIÇÃO ATÉ JUNHO
O Estado e as Políticas educacionais no tempo presente
16 a 18 de Agosto Universidade Federal de Uberlândia Até 20 de Abril
http://www.simposioestadopoliticas.ufu.br/


ENCONTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO E MARXISMO
Socialismo e Educação na América Latina
13 a 16 de julho de 2009
São José do Rio Preto
RECEBIMENTO DE TRABALHOS – AS INCRIÇÕES DE TRABALHOS FORAM PRORROGADAS ATÉ O DIA 26/04/2009
http://www.eventos.ibilce.unesp.br/encontro/index.html

CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE HISTORIA DA EDUCAÇÃO
Educação, autonomia e identidade na América Latina
16 a 19 de novembro de 2009
Rio de Janeiro
http://www.sbhe.org.br/ixcihela/

COLÓQUIO INTERNACIONAL MARX E ENGELS – CEMARX
03 – 06 Novembro 2009
UNICAMP
15 Junho de 2009
http://www.ifch.unicamp.br/cemarx/coloquio_marx_engels.html

I Simpósio Internacional de Educação Sexual da UEM
O Simpósio se realizará nos dias 23, 24 e 25 do mes de abril na Universidade Estuadual de Maringá
http://www.dtp.uem.br/sies/index.php?apr

quinta-feira, 9 de abril de 2009

25 anos da Morte de Foucault na Revista Cult

Para comemorar os 25 anos da Michel Foucault a Revista Cult produziu um dossiê sobre a obra deste que tem até os dias atuais suas ideias no cerne das pesquisas em ciências humanas: da psicologia ao direito; da filosofia à educação

quarta-feira, 8 de abril de 2009

E agora a carta do entrevistado para a matéria do dia 05/04/2009 com as devidas reparações

A Folha de S.Paulo preparou uma armadilha para a Dilma usando uma entrevista que concedi a uma das suas repórteres da sucursal de Brasília

Por Antonio Roberto Espinosa*



Encaminhei a carta abaixo á redação. E peço que todos os amigos que a façam chegar a quem acharem necessário: redações de jornais, revistas, emissoras de TV e pessoas que talvez possam ser afetadas ou se sintam indignadas pela .... dos editores do jornal. Como sabem, sou favorável á transparência, por achar que a verdade é sempre o melhor caminho e, no fundo, revolucionaria.

Á coluna Painel do leitor

Seguem cópias para o Ombudsman e para a redação. Vou enviar cópias também a toda a imprensa nacional. Peço que esta carta seja publicada na próxima edição. Segue abaixo:

Prezados senhores,

Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na integra, sem edições ou cortes, na edição de amanha, segunda-feira, 6 de abril, no Painel do Leitor (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:

1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em investigações telefônicas;

2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na integra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada.. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponí­vel a todos os interessados;

3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, por conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos a minha participação na luta armada, não falou da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o si­tio Gramado, em Jundiaí­, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional numero 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).

Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um nao-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factoide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço a mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Ultima Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octavio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:

1) A VAR-Palmares não era o grupo da Dilma, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso paí­s, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados no regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;

3) Dilma sequer teria como conhecer a idéia das ações, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que informação política é algo completamente distinto de informações factuais. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como vamos seqüestrar o Delfim, você concorda. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convêm lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;

4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou doutorando em Relações Internacionais, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que a ação chegou a ter data e local definidos. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e à hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;

5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sitio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logí­stico, armas, locais de esconderijo etc. Somente o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública etc. O comando nacional não participaria do planejamento, portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivencia militar;

6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitraria e edição de má fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polí­cia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.

Osasco, 5 de abril de 2009

Antonio Roberto Espinosa

* Antonio Roberto Espinosa é jornalista, professor de política Internacional, doutorando em Ciência política pela USP, autor de Abraços que Sufocam “E Outros Ensaios sobre a Liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe”.



Grupo Folha dá largada ao processo de fritura da campanha de Dilma Roussef

Edição de Domingo dia 05/04/2009

Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim

Ex-integrante da cúpula da organização terrorista dá detalhes do plano, do qual a ministra declara jamais ter tido conhecimento

Delfim confirma localização de sítio mostrado em um mapa, apreendido durante a ditadura, que indicava onde o sequestro seria realizado

FERNANDA ODILLA


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Luiza, 22, abandonou a faculdade de economia e agora sabe montar e desmontar um fuzil de olhos fechados. Na clandestinidade, seu grupo planeja uma das ações ousadas da luta armada em 1969 contra a ditadura militar: o sequestro de Delfim Netto, símbolo do milagre econômico e civil mais poderoso do governo federal.
Quarenta anos depois, o antigo alvo é agora aliado de Luiza, aliás Dilma Rousseff, na empreitada que tenta fazer da ex-guerrilheira, também conhecida à época como Estella, Wanda, Marina e Patrícia, a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ambicioso sequestro era uma espécie de "lenda urbana" entre poucos militantes de esquerda nos anos 70. Sem mencionar o nome de Dilma, foi citado de passagem no livro "Os Carbonários" (1981), do hoje vereador carioca Alfredo Sirkis (PV), e esquecido. Na página 180, há uma citação ao possível sequestro do ministro: "Preparavam, na época, o sequestro do ministro Delfim Netto". A Folha obteve documentos inéditos e o primeiro testemunho de um dos idealizadores do plano.
Antonio Roberto Espinosa, 63, doutorando em Relações Internacionais na USP, contou à reportagem segredos que diz não ter revelado sob tortura. Ex-comandante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), assumiu que coordenou o plano.
Mais: afirmou que os quatro outros integrantes da cúpula da VAR-Palmares concordaram com o sequestro do então ministro da Fazenda, que sustentava a popularidade dos generais com um crescimento econômico de 9,5% em 1969.
"O grupo foi informado. Os cinco [ele, Dilma e os outros três dirigentes da VAR] sabiam", disse Espinosa, no primeiro relato que aponta o envolvimento de Dilma, negado, porém, "peremptoriamente" pela ministra à Folha.
Em um dos processos que condenou militantes da VAR, consultados no Superior Tribunal Militar, há um mapa da emboscada e outro que sugere o local do cativeiro do sequestro planejado.
A ação tinha data e local definidos. Seria num final de semana de dezembro, durante uma das visitas do ministro a um sítio no interior de São Paulo.
A "juba", o cofre, o Fusca
Em 1969, a hoje ministra experimentava a vida clandestina com audácia. No Rio de Janeiro, ela e a amiga Iara Iavelberg, namorada do líder guerrilheiro Carlos Lamarca, foram cortar o cabelo no salão Jambert, que servia champanhe aos clientes. Iara, de acordo com o livro "Iara - Reportagem Biográfica", de Judith Patarra (editora Rosa dos Tempos), quis arrumar a "juba fora de moda" da companheira -para valorizar o rosto e os olhos dela- e sugeriu também roupas novas.
A extravagância foi bancada depois da ação que deu fama à VAR-Palmares: o assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, guardado na casa da amante dele, com cerca de US$ 2,4 milhões. Dilma não participou diretamente do crime.
Mas, de acordo com depoimentos e relatórios policiais, ela administrou parte do dinheiro roubado para bancar salários de militantes, achar abrigo para eles e comprar um Fusca cinza. Como não sabia dirigir, ela escalava uma colega da VAR como motorista.
Do carro, Dilma se lembra. Do dinheiro, não. "Não me lembro que eu era do dinheiro. Se fosse, eles tinham me matado a pau. Tudo o que eles queriam era o dinheiro", afirma.
Dilma-Luiza havia chegado ao comando da organização após um racha que, logo depois do roubo do cofre, levara à saída de Lamarca, Iara e um expressivo grupo de militantes em um tumultuado congresso em Teresópolis (RJ).
A ministra ficou na VAR, trocou o Rio por São Paulo e assumiu a missão de evitar debandada ainda maior.
A VAR priorizava o recrutamento de estudantes e de operários, sem abandonar os planos de ações armadas esporádicas. De forma colegiada, de acordo com Espinosa, a cúpula decidiu sequestrar Delfim e montar uma fábrica de explosivos acionados por controle remoto em uma fazenda na serra da Mantiqueira (entre São Paulo e Minas Gerais).
Além de Dilma, assumiram o comando do grupo Espinosa (Hélio), Carlos Araújo (codinome Max, o segundo marido da ministra) e os hoje mortos Carlos Alberto Soares de Freitas (Breno) e Mariano Joaquim da Silva (Loyola).
Ouvido pela Folha, Araújo afirmou que não se recorda do plano nem de nenhuma ação armada depois do racha. Ressaltou, no entanto, que não é "boa fonte", pois perdeu parte da memória do período depois de ter sido torturado.
Ao longo de uma hora de conversa com a Folha, Dilma disse algumas vezes não se lembrar da ideia de capturar o ministro e duvidar "que alguém lembre".
Ao saber do testemunho dado por Espinosa, ela declarou que o ex-colega "fantasiou". No final da entrevista, pediu que registrasse a sua "negativa peremptória".
O sítio, o plano, a queda
Classificado como "alvo fácil" por militantes e militares, Delfim era também um alvo antigo. Antes da fusão entre Colina (Comando de Libertação Nacional) e VPR, que resultou na VAR-Palmares, Juarez Guimarães de Brito, militante da Colina e mentor do roubo ao cofre de Adhemar, havia utilizado o emprego no Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) para levantar os passos do pai do milagre econômico.
O sequestro nunca foi executado porque os principais envolvidos na ação começaram a ser presos semanas antes.
Coordenador do plano, Espinosa foi capturado em 21 de novembro de 1969, no Rio. "Ainda levaria 15 ou 20 dias. Aconteceria por volta de dezembro. O comando nacional sabia, não houve nenhum veto. Mas não detalhou o plano do ponto de vista político. Havia uma preparação militar que não estava concluída", disse ele.
Caberia aos outros integrantes do comando nacional decidir os procedimentos políticos, como o conteúdo do manifesto e as exigências para libertar o refém. A repressão, contudo, foi mais rápida.
O mapa com a indicação do local onde a organização planejava agir foi apreendido em um "aparelho" em Lins de Vasconcelos, no Rio. Dividiam a casa de dois andares o casal Espinosa e Maria Auxiliadora Lara Barcelos, além do estudante de medicina Chael Schreier, que foi preso vivo e chegou morto ao Hospital Central do Exército. Com o trio, foi encontrado um arsenal de armas, munições e explosivos, além de levantamentos de áreas onde o grupo tencionava agir.
Espinosa disse à Folha que os mapas apreendidos só podiam ser os dele. "Tínhamos o endereço, sabíamos tudo. Era um local em que ele [Delfim] ia sem segurança porque imaginava que ninguém soubesse."
A Folha encaminhou cópia do mapa a Delfim, que confirmou ter frequentado um sítio na região indicada em vermelho de forma simplificada na folha de papel já amarelada. Trata-se do Sítio Gramadão (cujo nome aparece no mapa), de propriedade do cunhado e melhor amigo, Mario Nicoli, próximo a Itu e Jundiaí, no interior paulista.
Delfim contou à Folha que recebeu recomendações para redobrar o cuidado diante da onda de atentados promovida pela esquerda contra o regime. Mas disse não saber do plano da VAR e que nunca deixou de andar com pouca, ou nenhuma, segurança.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Professor da UFPE morre em atentado nos EUA

(Foto CNPQ)
Um brasileiro foi uma das 14 pessoas que morreram após disparos feitos por um homem dentro de um prédio da American Civic Association, na cidade Binghampton, no estado de Nova York (EUA), nesta sexta-feira (3). O professor Almir Olimpio Alves, de 43 anos, estudava dentro do centro que auxilia imigrantes e refugiados a se integrarem à sociedade local, segundo a mulher dele, Márcia Pereira Lins Alves, de 36 anos, disse para o site pe360graus.
Imagem de TV mostra o certo a prédio invadido nesta sexta-feira (3) na cidade de Binghamton, em Nova York O brasileiro estava estudando no local. Uma hora após conversar com a reportagem, a polícia divulgou a lista dos mortos, que há vítimas chinesas, iraquiana, americanas e haitianas.
“A esposa do co-orientador do pós-doutorado, o professor Pedro Otaneda, que está em Nova York, ligou para avisar”, disse Márcia Pereira. Almir Olímpio Alves trabalhava como professor do departamento de Matemática da Universidade de Pernambuco (UPE), em Nazaré da Mata, na Zona da Mata do Estado. Ele estava nos Estados Unidos desde setembro de 2008 e, segundo ela, voltaria ao Brasil em julho deste ano. A polícia contou ainda que o homem, Jiverly Wong, de 41 anos, que atirou era um vietnamita que morava em Johnson City (também em Nova York) e que o provável motivo pelo crime foi o fato de ter perdido o emprego e de ter dificuldade em aprender a língua inglesa. Ele entrou no prédio com duas armas, segundo o relato de uma das recepcionistas que fingiu ter morrido para conseguir ligar para a polícia. Após atirar nas pessoas que estavam no prédio e fazer alguns reféns, ele se matou, segundo a polícia. "Podemos dizer com certeza que ninguém mais levou um tiro após a chegada da polícia", afirmou o promotor Gerald F. Mollen, neste domingo (5). Uma equipe da Swat entrou no prédio 43 minutos após a primeira ligação para o 911 (o 190 americano), disse a polícia. Os policiais não souberam dizer se havia um alvo em particular que Wong queria atingir.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Concurso- UEPB


O Departamento de Educação da Universidade Estadual da Paraíba inscreve, até o dia 6 de abril, os interessados em participar do Processo Seletivo Simplificado para contratação de professor substituto, em regime de trabalho T- 40.

Está sendo oferecida 1 (uma) vaga para a disciplina de “Didática”. A titulação acadêmica exigida é a de licenciatura em Pedagogia, com pós-graduação stricto-sensu em Educação ou áreas afins. As inscrições estão sendo realizadas na secretaria do departamento, localizada na Rua Antônio Guedes de Andrade, 190, bairro do Catolé, em Campina Grande, no horário das 8 às 11h.

Para se inscrever são necessários os seguintes documentos: cópias de RG, CPF, Diploma de Graduação e Pós-graduação, e Curriculum Vitae com documentação comprobatória. A seleção constará de prova didática e exame de títulos. O sorteio do tema da prova será realizado no dia 13 de abril, e a prova didática no dia 14. O resultado final será divulgado no dia 15.

Outras informações: (83) 3315-3326.