sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Editorial da ANPUH sobre a questão da eliminação de documentos


MAIS DO MESMO: "RECOMENDAÇÕES" DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA DE COMO ELIMINAR DOCUMENTOS DO PODER JUDICIÁRIO
Infelizmente, estamos diante de mais uma investida contra a memória e a história do Poder Judiciário e do País como um todo. Outra vez, sob a sombra de normas legais e sob o comando da própria Justiça, um crime contra a História e a Cidadania está sendo cometido. As altas esferas da República insistem em produzir documentos com o objetivo de eliminar parte significativa do nosso patrimônio histórico. Sem qualquer apelo aqui a teorias conspiratórias, eles expressam uma política cuidadosamente orquestrada para impor práticas de gestão documental que ferem nosso direito constitucional à memória, à informação e à pesquisa. No ano passado, conforme foi noticiado pela ANPUH, enfrentamos a proposta do artigo 967 do projeto de lei 166, referente ao novo Código de Processo Civil brasileiro, que colocava seriamente em risco a preservação dos processos judiciais. Graças à mobilização de historiadores, jornalistas, juristas e políticos, que contaram com o apoio e a participação da ANPUH, o artigo foi retirado do projeto quando de sua votação no Senado. Temporariamente aliviados, mas em permanente vigília, somos agora surpreendidos com a Recomendação n. 37 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicada muito recentemente no Diário de Justiça n. 152 (17/08/2011, p. 3-6), "recomendando" a todos os tribunais do país a observância das normas do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (PRONAME). O documento pode ser lido na íntegra em anexo, mas gostaríamos de chamar a atenção para alguns pontos cruciais, que passamos a enumerar.
1) Embora se auto-intitule "recomendação", o documento, assinado pelo ministro Cezar Peluso, dá ao Comitê do PRONAME, coordenado pelo Secretário Geral do CNJ, a atribuição de "acompanhar a aplicação da presente Recomendação" (grifo nosso). "Recomendação", segundo os melhores dicionários, pode significar tanto "aviso" quanto "advertência".
2) O CNJ arroga para si "a competência e o dever inerente dos órgãos do Poder Judiciário Federal de proceder à gestão de documentos produzidos em razão do exercício das suas funções, (...) bem como de preservar os documentos e facultar o acesso aos documentos àqueles sob a sua guarda". Com isso, o Conselho ignora por completo o poder superior do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) na política de gestão dos documentos da administração pública.
3) Nos "considerandos" da Recomendação, não há qualquer menção à eliminação documental. Ao contrário, invoca a Lei n. 9.065, de fevereiro de 1988, que "tipifica a destruição de arquivos como crime contra o patrimônio cultural". Quando "resolve recomendar", porém, o documento entoa os mantras da "Tabela de Temporalidade", da "Eliminação dos Autos Findos", da "Amostra Estatística Representativa".
4) A quem cabem tão solenes tarefas? Serão constituídas "unidades de gestão documental e de comissões de avaliação documental nas instituições do Poder Judiciário", sob o comando do PRONAME, formado por "representantes de todos os segmentos do Poder Judiciário". Ora, mais uma vez, o CNJ atropela o CONARQ, que tem o poder de instituir e regulamentar o funcionamento de Comissões Permanentes de Avaliação, compostas por historiadores, arquivistas, magistrados, entre outros profissionais. Mas tudo o que encontramos a respeito é: "recomenda-se que as Comissões Permanentes [do PRONAME] sejam compostas, no mínimo, pelos seguintes técnicos: servidor responsável pela unidade de gestão documental, bacharel em Arquivologia, bacharel em História, bacharel em Direito". Em outros termos, o que é uma determinação do CONARQ torna-se, no documento do CNJ, mera "recomendação".
5) Não há espaço, ao menos neste texto para o Boletim da ANPUH, para entrarmos na discussão sobre os vários problemas que envolvem terminologias como "valor histórico dos documentos", "amostra representativa do universo documental" para efeitos de guarda, e "desentranhamento das peças dos processos judiciais". Basta, por agora, assinalar que todas essas modalidades de eliminação, presentes na Recomendação, não são recomendáveis por qualquer historiador que tenha, no mínimo, respeito pelo próprio ofício. Em breves palavras, tais critérios ou são subjetivos (como definir o que é ou não histórico?), ou amputam irreversivelmente os documentos (no caso de preservação apenas de determinadas peças processuais, como sentenças e acórdãos) ou, de acordo com o método da amostragem "cientificamente orientada", colocam em risco o "documento excepcional", aquele que não é representativo de algo e constitui uma via rara de acesso a fenômenos e significados de extrema relevância para esse ou aquele aspecto da experiência histórica.
Outros pontos poderiam ser destacados aqui, mas queremos assinalar que, por trás do que poderia parecer uma simples "recomendação" do CNJ, residem orientações de eliminação documental que estão sendo aplicadas, sob o amparo da lei e de autoridades públicas, que se arvoram depositários exclusivos da memória do Judiciário, decidindo sobre a vida e a morte de milhões de documentos. Não há aqui qualquer exagero ou veleidade retórica da nossa parte. O exagero fica por conta do próprio Judiciário, que promove a destruição em massa de processos da Justiça do Trabalho. O melhor exemplo é a Tabela de Temporalidade de Documentos Unificada da Justiça do Trabalho, "que serviu de subsídio à elaboração da Recomendação". Como já vai longo este texto, deixamos ao leitor tirar suas próprias conclusões sobre a tabela em anexo que sujeita à eliminação os autos findos após cinco anos que tratem, por exemplo, do trabalho com proteção especial (deficientes físicos, menores e mulheres), da duração da jornada de trabalho, do direito sindical, da remuneração e verbas indenizatórias, das demissões por justa causa, das indenizações por assédio sexual e da terceirização. Recomendamos enfaticamente essa leitura, pois a enumeração que acabamos de fazer é uma amostra ínfima dos horrores que se pretende perpetrar contra a memória da Justiça do Trabalho, cujos processos têm sido eliminados aos milhões, sob a proteção da Lei n. 7.627, de 10 de novembro de 1987.
Por fim, é bom lembrar que, ao contrário do CNJ, a ANPUH está à frente dos esforços destinados a tratar o assunto como parte de uma legislação especial, a ser discutida e elaborada no âmbito do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), com a participação mais efetiva de historiadores, entre outros profissionais. Com tal propósito é que concitamos os colegas a se engajarem nessa luta em defesa de um projeto de lei destinado à preservação – e não à eliminação – da memória e da história do Judiciário.

Prof. Fernando Teixeira da Silva
Professor do Departamento de História da UNICAMP

terça-feira, 27 de setembro de 2011


Paço Imperial , Praça XV, Rio de Janeiro,
20 de janeiro de 1759, 20:00
Numa das salas do Paço Imperial conversam duas obscuras figuras. Uma das figuras um negro, muito alto, braços muitos fortes com aquela aparência de príncipe africano, mas com um pronunciar perfeito da língua portuguesa, resultado de seus anos de vida em Lisboa.
O Paço Imperial era construído no século XVIII para servir de residência aos governadores da Capitania do Rio de Janeiro, e passou a ser a casa de despachos, sucessivamente, do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal, D. João VI e dos imperadores do Brasil.
A história do edifício teve início em 1733, quando o governador Gomes Freire de Andrade, Conde de Babadela pediu ao rei D.João V licença para edificar uma casa de governo no Rio de Janeiro . A construção teve início em 1738,, com projeto do engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, no Largo do Carmo (ou da Polé), atual Praça XV, no centro da cidade colonial. A nova Casa dos Governadores foi inaugurada em 1743.
Em 1763, com a transferência da sede do Vice-Reino do Brasil de Salvador para o Rio, a Casa dos Governadores passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei, o Paço dos Vice-Reis.
Em 1808, com a chegada ao Rio da família real portuguesa, o edifício é promovido a Paço Real e usado como casa de despachos do Príncipe Regente. Nessa época o Paço foi adaptado, tendo sido acrescido um novo andar central à fachada colonial voltada para a Baia da Guanabara. Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também se construiu um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I.
Para a aclamação do rei D. João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. A mesma Varanda foi utilizada nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889), sendo demolida ainda durante o Segundo Reinado.



Após a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II. No interior há uma sala, o Pátio dos Arqueiros. Neste período a fachada recebeu o acréscimo de uma platibanda em torno do terceiro andar e que ocultava o telhado. Foi no Paço que, a 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I decidiu ficar no Brasil e não voltar a Portugal (Dia do Fico). Também foi numa das salas do Paço que a Princesa Isabel, já nos estertores do Império, assinou, dia 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, libertando os escravos. O Paço Imperial foi ainda o primeiro local fotografado na América atina. Em 1840, o Abade Compte fez a primeira fotografia do Brasil, mostrando o Paço e o largo adjacente.
De volta ao Paço, os dois homens continuavam a sua conferência.
O negro se dirigia ao seu interlocutor que pelos trajes e pelo falar aparentava ter origem nas Províncias do Norte. O negro que era figura muito vista no Paço nos últimos dias tentava explicar algo para seu interlocutor.
- Voismece sabe que tentei de todas as formas, mas os padres não me deram nenhuma informação que poderia ajudar, respondeu.
- O outro com aquele sotaque típico do norte do Brasil bravejava. ELE vai ficar furioso, não ficou claro para você que a solução deste caso assim como encontrar o HERDEIRO é caso de segurança do Império? Não sei o que dizer a ELE. E justo neste momento quando o país vive problemas nas fronteiras do sul.  E o pior deixaste que a notícia fosse publicada pela imprensa da Província não lhe foi dito que isso era para ficar entre poucas pessoas?
_ Sim foi, mas Voismece sabe que é difícil manter esse tipo de notícia em segredo. Ainda mais da forma que aconteceu, e na frente da Igreja dos Jesuítas que fica na parte alta da cidade, mas um detalhe me chamou a atenção o morto era com certeza um franciscano.
-Será que o caso se resume a uma contenda entre jesuítas e franciscanos? Ainda existem jesuítas por lá? Viste o corpo? Como estava?
-Coisa mais feia que já vi na vida, respondeu o negro passando as mãos no rosto e não respondendo sobre os jesuítas.
- Investigasse a Igreja dos Franciscanos? Conseguiste algo sobre se o HERDEIRO realmente pode ter passado por lá?
- Apenas rumores de que uma figura muito estranha, a muito mora por lá, mas nada que consegui comprovar, respondeu negro.
-Precisamos levar estas informações para ELE, mas me disseram que não está no Paço.
-Não. ELE partiu para a Quinta. Mas sabes como ter acesso a seus aposentos, corra para lá e diga o que conseguiste apurar creio que em breve ele terá que convocar os outros para investigar. Se realmente o maldito filho dos traidores estiver vivo precisamos dar um fim a ele, ou a vida da família real estará em perigo. Quiçá a existência do Império. Corra. Avise ele vou tomar outras providências e entrar em contato com os outros para podermos traçar novas investigações.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

REVISTA TEMAS EM EDUCAÇÃO: chamada para públicação.





UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO – PPGE

REVISTA TEMAS EM EDUCAÇÃO

EDITAL – 2011

A Comissão Editorial da Revista Temas em Educação (ISSN 0104-2777) está recebendo artigos, resenhas, memórias científicas originais para os próximos números (1 e 2) referentes ao volume 20, ano base 2011. A Revista encontra-se no Qualis e publica trabalhos sobre as mais variadas questões educacionais.
Os textos deverão ser encaminhados em duas cópias impressas e em CD-ROM até o dia 15 de outubro do corrente ano, respeitando as normas editoriais da Revista que encontram-se abaixo deste Edital ou na secretaria da Revista.
Os originais devem ser encaminhados pelos correios abaixo indicado:

TEMAS EM EDUCAÇÃO
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Centro de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação
Campus Universitário 58059-900 – João Pessoa – PB - Brasil
Fone: 083- 32167702 Fax:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DIÁRIO DA PARAHYBA
24 de Dezembro de 1859
Seção Policial
Nesta manhã foi encontrado mais 1  corpo adulto masculino, ao lado do cruzeiro da antiga Ordem Franciscana nesta cidade. Segundo a força policial os corpos foram encontrados em cima de uma estrutura de madeira e teriam tido as canas das mãos e dos pés partidos com paus e as suas cabeças decapitadas e depois os restos dos corpos teriam sido queimados. Este vem- se a somar aos outros 2 encontrados da mesma forma porém em locais diferentes, o primeiro encontrado no dia 13 de janeiro deste ano nas escadas do Lyceu Parahybano, prédio que faz parte do antigo conjunto da Ordem do Jesuítas e o segundo no dia 14 de junho do mesmo ano na  frente da Igreja da Ordem de São Bento.Na estrutura onde os corpos foram encontrados os policiais encontraram a inscrição FT V: Um século e um brasão de armas que foi desenhado para o nosso jornal. A força policial continuará as investigações e se disse muito preocupada com o caso uma vez que a Cidade está em esta com a visita de SMI. D. Pedro II.


Acadêmicos amestrados




Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.

Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.
Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a “morte de Marx”. Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.
Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a  desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.
O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite,  em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de “vagabunda” pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.
Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como “o filósofo” pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de “terrorismo de Estado”. Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como “terrorismo de Estado” a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.
A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de “trapalhadas” e chamava Celso Amorim de “líder estudantil” e “cavalo de troia de bufões latino-americanos”. Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o “melhor chanceler do mundo”, nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.
Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os “especialistas” sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.
Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.
Este artigo é parte integrante da Edição 80 da Revista Fórum

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura.







UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE HUMANIDADES
 UNIDADE DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – UFCG


II SEMINÁRIO NACIONAL FONTES DOCUMENTAIS E PESQUISA HISTÓRICA: SOCIEDADE E CULTURA – 2011
Campina Grande, PB, 07 a 10 de novembro de 2011

Deprimida e absolutista: um novo retrato da imperatriz Leopoldina (Via http://grupohistoriadobrasil.blogspot.com/)


Deprimida e absolutista


Sem interesse  - Leopoldina: uma imperatriz indiferente ao 7 de Setembro

Uma imperatriz deprimida, que se lixava para a Independência do Brasil e era defensora dos valores absolutistas — ao contrário da imagem cultivada desde o século XIX, segundo a qual Leopoldina, mulher de dom Pedro I, teria participado ativamente do processo que culminou com o 7 de Setembro.
Museu Imperial
Esse é o retrato dela em A Carne e o Sangue, livro da historiadora Mary Del Priore, que sai em março pela Rocco, com vários trechos inéditos de cartas e foco no triângulo amoroso entre a imperatriz, o imperador e sua amante, a marquesa de Santos.


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domingo, 18 de setembro de 2011

I Encontro: O ensino de História da África: diagnóstico e perspectivas.

I Encontro: O ensino de História da África: diagnóstico e perspectivas. 21 a 23/09, Campina Grande.


Programação

Dia 21/09/2011 (Quarta-Feira)

Palestra de abertura: O ensino de História da África: diagnóstico e perspectivas
Palestrante: Prof. Dr. Luiz Tomas Domingos (UNILAB)
Hora: 19h00
Local: Centro de extensão José Farias Nóbrega (UFCG)

Dia 22/09/2011 (Quinta-Feira)

Mesa Redonda: O ensino de História da África na Paraíba: a experiência da UFPB
Expositores: Prof.ª Dr.ª Solange Pereira da Rocha (UFPB) e Prof. Dr. Elio Chaves Flores (UFPB)
Mediador: Prof. Dr. Luciano Mendonça de Lima
Hora: 9h00
Local: Auditório do CEDUC I (UEPB)

Mini Curso 1: História, sociedade e cultura na África
Ministrantes: Prof.ª Ms. Maria de Lourdes Lôpo Ramos (UEPB)
Hora: 14h00 às 17h00
Local: Auditório do CEDUC I (UEPB)

Mini Curso 2: Experiências históricas da escravidão na África
Ministrantes: Prof. Dr. Luciano Mendonça de Lima (UFCG) e Mestrando Ariosvalber de Souza Oliveira (UFCG - NEAB-Í/UEPB)
Hora: 14h00 às 17h00
Local: Bloco BH-Sala 102 (UFCG)

Mesa Redonda: O ensino de História da África na Paraíba: a experiência da UEPB
Expositores Prof. Dr. Waldeci Ferreira Chagas (UEPB) e Prof.ª Dr.ª Patrícia Cristina de Aragão Araújo (UEPB)
Mediador: Mestrando Janailson Macêdo Luiz (UFCG - NEAB-Í/UEPB)
Hora: 19h00
Local: Auditório do CEDUC I (UEPB)

Dia 23/09/2011 (Sexta-Feira)

Mesa Redonda: O ensino de História da África na Paraíba: a experiência da UFCG
Expositores: Prof. Dr. Luciano Mendonça de Lima (UFCG) e Prof. Drando. José Pereira Junior (NEAB/UFCG)
Mediador: Mestrando Ariosvalber de Souza Oliveira (UFCG - NEAB-Í/UEPB)
Hora: 9h00
Local: Centro de Extensão José Farias Nóbrega

Mini Curso 1: História, sociedade e cultura na África
Ministrante: Prof.ª Ms. Maria de Lourdes Lôpo Ramos (UEPB)
Hora: 14h00 às 17h00
Local: CEDUC I (UEPB)

Mini Curso 2: Experiências históricas da escravidão na África
Ministrantes: Prof. Dr. Luciano Mendonça de Lima (UFCG) e Mestrando Ariosvalber de Souza Oliveira (UFCG - NEAB-Í/UEPB).
Hora: 14h00 às 17h00
Local: Bloco BH-Sala 102 (UFCG)

Palestra de encerramento: O ensino de História da África e a ANPUH
Palestrante: Prof.ª Dr.ª Rosa Maria Godoy Silveira (UFPB)
Hora: 19h00
Local: Auditório do CEDUC I (UEPB)

Festa de encerramento. Hora: 21h30. Local: CEDUC I (UEPB)
Inscrições pelo sítio: As inscrições poderão ser feitas no local do evento ou através do e-mail neabi@uepb.edu.br.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

I Encontro de História da Educação da região centro-oeste




O I Encontro, que acontecerá de 09 a 11 de novembro de 2011, em Cuiabá, nas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso, será um evento acadêmico-científico organizado pelo Instituto de Educação e Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso (IE/PPGE/UFMT), sob a chancela do Grupo História da Educação e Memória – GEM, juntamente com parceiros de outros estados. O I EHECO é aberto aos pesquisadores da região Centro-Oeste, de outras regiões do Brasil e de outros países que investiguem temáticas relacionadas à História da Educação regional. Trata-se de um encontro para professores e alunos da graduação e de programas lato sensu e stricto sensu das instituições de ensino superior da rede pública e privada, além de outros profissionais de áreas afins. O evento incluirá mesas redondas e comunicações orais. Na ocasião, haverá lançamento de obras dando visibilidade às pesquisas concluídas. Esperamos e acreditamos que essa primeira iniciativa seja contínua e exitosa, pois permitirá o Encontro, e, encontrar, oportunizará traçar rumos inovadores e relevantes para o mundo acadêmico e científico do qual fazemos parte! Comissão Organizadora do I Encontro de História da Educação do Centro-Oeste (I EHECO).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

‘Seminário História da Construção Luso-brasileira’

Revistas de História: Chamadaa para Publicação




REVISTA HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA
O conselho executivo da revista História da Historiografia torna pública a chamada para o dossiê “História e Biografia: aproximações, desafios e implicações teóricas no campo historiográfico”. A proposta do dossiê é reunir artigos inéditos acerca do tema das relações entre estes dois gêneros de escrita, história e biografia, na perspectiva da teoria da história e da história da historiografia, que contribuam para o aprofundamento das reflexões sobre os usos da biografia pelos historiadores, as tensões, os distanciamentos, os desafios, limites e possibilidades de pesquisa, até as implicações teórico-epistemológicas no campo historiográfico. Os interessados em submeter trabalhos para publicação nesse dossiê devem enviá-los até o dia 15 de dezembro de 2011 através do site da revista
www.ichs.ufop.br/rhh. verificando as normas editorias no
http://www.ichs.ufop.br/rhh/index.php/revista/about/submissions#onlineSubmissions,
assim como o banco de palavras-chave
http://www.ichs.ufop.br/rhh/index.php/revista/about/keywords. Todas as submissões que não estiverem de acordo com as normas de publicação serão devolvidas.



 REVISTA TEMPORALIDADES Nº 6 - UFMG]

Trata-se de um periódico discente voltado para a área da História e vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais. Para o sexto número será lançado o dossiê temático *Ciências, Saúde e Historiografia* para o qual serão aceitos artigos inéditos.

Para maiores informações sobre a revista *Temporalidades *e suas normas editoriais verifique o site www.fafich.ufmg.br/temporalidades. Só serão analisados artigos que estiverem estritamente dentro das normas estabelecidas pela revista.

Para o dossiê temático *Ciências, Saúde e Historiografia*, o prazo final de envio dos originais para o sexto número é *10 de novembro de 2011*. A Revista continuará a receber artigos, resenhas e transcrições de documentos, em *fluxo contínuo*, para os próximos números.

Os textos devem ser enviados para o e-mail: temporalidades@gmail.com.

domingo, 11 de setembro de 2011

Congresso de Pesquisa em Educação de Rondonópolis abre inscrições para submissão de trabalhos.


De 23 a 26 de outubro será realizada a segunda edição do Congresso de Pesquisa em Educação (Conpeduc), edição 2011. O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
Campus Universitário de Rondonópolis. Este ano novas propostas com o tema “Escola, comunidade e universidade: demandas e cenários contemporâneos” foram integrados à programação.
 “Esta edição tem por objetivo constituir-se em um espaço para a discussão e a problematização acerca das demandas contemporâneas para a pesquisa, que atravessam as relações entre a escola, a comunidade e a universidade, bem como os cenários que configuram o modo como essas relações se estabelecem - suas tensões, seus dilemas e produções.” A explicação é do coordenador do Conpeduc, Leonardo Lemos de Souza.
Interessados em apresentar seus trabalhos no Congresso devem realizar a inscrição até o dia 26 de setembro. A taxa para aluno de graduação, pós-graduação e professor da educação básica submeter trabalho é de R$ 35,00 e para professor do Ensino Superior e outros profissionais, de R$ 60,00.
A realização do Conpeduc 2011 conta com o apoio do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Departamento de Educação, Curso de Psicologia, Grupos de Pesquisa: Infância, Juventude e Cultura Contemporânea (GEIJC), InvestigAção – Formação de Professores, Alfabetização e Letramento Escolar (Alfale), Estigmas e Diferenças na Educação (Estigma), Pesquisas em Educação Matemática e Ciências Políticas Educacionais e Práticas Pedagógicas. Tem a parceria da Seduc/MT, Semec/Rondonópolis, USP, Unicamp, Unesp, UFPE, Fecilcam, UFMS, CNPq, UAB, Capes, EdUFMT, Fundação Carlos Chagas, UEM, UFMG, Secadi/MEC/FNDE.
Site do evento: http://www.ufmt.br/conpeduc2011/

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Plágio ou Inspiração? Independência ou Morte de Pedro Américo e "1807, Friedland", de Ernest Messonier.

 Independência ou Morte de Pedro Américo.Pedro Américo só foi terminar de pintar o quadro em 1888, em Florença, na Itália. A obra foi encomendada pela Família Real, que investia na construção do Museu do Ipiranga, hoje oficialmente chamado Museu Paulista, que fica em São Paulo (SP). A idéia era ressaltar a monarquia - que já estava cambaleando e caiu em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República. 
Trata-se de "1807, Friedland", de Ernest Messonier, pintado em 1875 e que retrata a vitória de Napoleão Bonaparte na batalha de mesmo nome.