sábado, 11 de dezembro de 2010

Guimarães: Berço da Nação Portuguesa

As revistas de turismo costumam dizer que quando os brasileiros chegam a Portugal começam a visita pelo Belém. Torre de Belém, Mosteiro dos Jerônimos e claro o pastel de Belém. É justo uma vez que foi de ou era de lá que partiam os lusos em direção ao Brasil. O motivo desta vontade de ir a Belém teria a ver com a vontade de ir ao marco zero de nossa nação. Quando estava em Portugal é claro que fui a Belém e foram várias vezes. Mas se Belém é o local de onde partiam os navegadores e imigrantes em direção ao que seria o Brasil, Guimarães foi onde começou tudo pois, como diz a inscrição no que resta das muralhas da antiga cidade foi ali que nasceu Portugal e por conseqüência também o Brasil. Não é sem motivo que ali na entrada de onde era o Paço Ducal dos Braganças que existem várias placas comemorativas doadas pelo governo brasileiro que também auxiliou financeiramente na recuperação do mesmo. A cidade que é patrimônio mundial é uma das mais lindas que visitei com muito verde e tranqüila. A cidade fica a mais ou menos 55 km do Porto e feita de comboio é muito agradável. Chegamos a cidade de manhanzinha e estava muito frio. Da estação do comboio fomos a pé ao centro da cidade para esquentar o frio. Como esquentou tomamos uma cerveja num bar no centro da cidade e partimos para a exploração. Quanto a sua história Guimarães teve um com um papel crucial na formação de Portugal e conta já com mais de um milénio desde a sua formação, quando era chamada de Vimaranes. A origem do nome esta ligado a Vimara Peres nos meados do séc. IX, quando fez deste local o seu principal centro governativo do condado Portucalense que tinha conquistado para o Reino de Galiza e onde veio a falecer.

A cidade que tem um belo patrimônio histórico soube conciliar, a história e consequente manutenção do património com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas.

"Cidade Berço", devido aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e por seu filho D. Afonso Henriques poder ter nascido nesta cidade e fundamentalmente pela importância histórica que a Batalha de São Mamede travada na periferia da cidade em24 de Junho de 1128 teve para a formação da nacionalidade. Contudo, as necessidades da Reconquista e de protecção de territórios a sul levou esse mesmo centro para Coimbra em 1129.

Os "Vimaranenses" são orgulhosamente tratados por "Conquistadores", fruto dessa herança histórica de conquista iniciada precisamente em Guimarães. A cidade está historicamente associada à fundação da nacionalidade e identidade Portuguesa. Guimarães, entre outras povoações, antecede e prepara a fundação dePortugal sendo conhecida como "O Berço da Nação Portuguesa". Aqui tiveram lugar em1128 alguns dos principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de uma nova Nação. Por esta razão, está inscrito numa das torres da antiga muralha da cidade "Aqui nasceu Portugal", referência histórica e cultural de residentes e visitantes nacionais. Após a ação política de reconquista organizada pelo Reino da Galiza, com a intervenção do fidalgo Vimara Peres ainda no remoto século IX, a fundação medieval da atual cidade tem as suas raízes no remoto século X. Foi nesta altura que a Condessa Mumadona Dias, viúva de Hermenegildo Mendes, mandou construir, na sua propriedade de Vimaranes, um mosteiro dúplice, que se tornou num pólo de atração e deu origem à fixação de um grupo populacional conhecido como vila baixa. Paralelamente e para defesa do aglomerado, mandou construir um castelo a pouca distância, na colina, criando assim um segundo ponto de fixação na vila alta. A ligar os dois núcleos formou-se a Rua de Santa Maria. Posteriormente o Mosteiro transformou-se em Real Colegiada e adquiriu grande importância devido aos privilégios e doações que reis e nobres lhe foram concedendo. Tornou-se num afamado Santuário de Peregrinação, e de todo o lado acorriam crentes com preces e promessas.A outorgação, pelo Conde D. Henrique, do primeiro foral nacional (considerado por alguns historiadores anterior ao de Constantim de Panóias), em data desconhecida, mas possivelmente em 1096, atesta a importância crescente da então vila de Guimarães, escolhida ainda como capital do então Condado Portucalense. Na cidade se daria em 24 de Junho de 1128, a Batalha de São Mamede. Como a vila foi-se expandindo e organizando, foi rodeada parcialmente por uma muralha defensiva no reinado de D. Dinis. Entretanto as ordens mendicantes instalam-se em Guimarães e ajudam a moldar a fisionomia da cidade. Posteriormente, os dois pólos fundem-se num único e após o derrube da muralha que separava os dois núcleos populacionais no reinado de D. João I, a vila intramuros já pouco mudará, expandindo-se extramuros com a criação de novos arruamentos como a Rua dos Gatos. Haverá ainda a construção de algumas igrejas, conventos e palácios, a formação do Largo da Misericórdia (atual Largo João Franco) em finais do século XVII e inícios do XVIII, mas a sua estrutura não sofrerá grande transformação. Será a partir de finais do século XIX, com as novas ideias urbanísticas de higiene e simetria, que a vila, elevada a cidade, pela Rainha D. Maria II, por decreto de 23 de Junho de 1853, irá sofrer a sua maior mudança. Será autorizado e fomentado o derrube das muralhas, haverá a abertura de ruas e grandes avenidas como o atual Largo de Martins Sarmento, o Largo da Condessa do Juncal e a Alameda de São Dâmaso, e a parquização da Colina da Fundação. No entanto, quase tudo foi feito de um modo controlado, permitindo assim a conservação do seu magnífico Centro Histórico. Para quem conseguiu chegar até aqui aviso que abaixo vão algumas imagens da cidade.

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